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22/08/2017
15:18
PROFESSORA AGREDIDA POR ALUNO DENUNCIA MENSAGENS DE ÓDIO
JÁ ATINGIRAM MEU OLHO, MAS NÃO VÃO ME CALAR.
Exposição do caso nas redes sociais desencadeou uma nova onda de ataques contra Marcia Friggi.

O sangue que escorria de uma abertura do supercílio manchava o rosto de Marcia Friggi de 51 anos. Do olho esquerdo brotavam lágrimas já que o direito, atingido por um soco, estava tão inchado que a professora de língua portuguesa e literatura de Indaial, em Santa Catarina, mal conseguia abri-lo. Era o primeiro dia de aula de Friggi para aquela turma. E também o primeiro dia do aluno agressor ali.

 

Os ferimentos físicos, causados por um aluno de 15 anos e documentados em foto, impressionam. Mas as agressões à professora não se encerraram aí. A exposição do caso nas redes sociais de Friggi desencadeou uma nova onda de ataques contra ela, conforme relatou a professora à BBC Brasil:

 

"Estou estarrecida. Certas pessoas estão escrevendo que eu merecia isso, por meu posicionamento político de esquerda, de feminista. Já atingiram o meu olho, mas não vão me calar. Na sala de aula é uma coisa, mas nas redes sociais tenho todo o direito de me expressar", afirmou a professora, que se desdobra em dois empregos, nas redes municipal e estadual, para sustentar a família.

Com a voz embargada, Friggi definiu sua condição:

 

"Exerço uma das profissões mais dignas do mundo, com um salário miserável".

A escola onde Friggi foi agredida, na qual leciona há quatro anos, dedica-se ao ensino de jovens e adultos.

 

"Somos agredidos verbalmente de forma cotidiana. Fomos [os professores] relegados ao abandono de muitos governos e da sociedade. Somos reféns de alunos e de famílias que há muito não conseguem educar. Esta é a geração de cristal: de quem não se pode cobrar nada, que não tem noção de nada", lamenta.

 

Imagens: Marcia Friggi

 

Fonte: G1.com/Revista Verde

 

 

 

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