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O Ministério Público de Santa Catarina se manifestou na tarde desta quinta-feira (25), em coletiva a imprensa realizada de forma remota, sobre a operação Maserati, desencadeada nas primeiras horas do dia em seis estados da federação para o cumprimento de 284 mandados em seis estados contra um grupo criminoso que tentava expandir a área de atuação em Santa Catarina. Segundo as forças policiais, essa é uma das maiores operações já realizadas no país contra o crime organizado.
De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), investigações constataram que o grupo tinha como objetivo aumentar a atuação na região de fronteira entre Brasil e Argentina, envolvendo as cidades de São Miguel do Oeste, Chapecó e Dionísio Cerqueira, no Oeste catarinense avançando posteriormente para cidades maiores até dominar o crime no estado. Além disso, a facção buscava realizar ações na região de Joinville, no Norte, por conta da proximidade dos portos do estado e do Paraná.
Foram cumpridas 120 prisões de 142 expedidas, sendo que 62 pessoas já estavam presas e se envolviam na organização dos crimes via celular de dentro dos presídios. Outros 142 mandados cumpridos.
Investigação iniciada no Extremo Oeste
Aqui na região Extremo Oeste foram identificados 27 integrantes oriundos das cidades de São Miguel do Oeste, Descanso, São José do Cedro, Romelândia e Campo Êre.
A investigação teve início no GAECO de São Miguel do Oeste e identificou durante nove meses a ocorrência de 11 homicídios comprovados, quatro tentativas de morte, um sequestro e diversos furtos e roubos.
Crime com cadeia de comando definida
De acordo com o delegado do GAECO de São Miguel do Oeste, Dr. Eduardo Francisco de Matos, durante a investigação foi identificado que a facção era muito organizada e contava com cargos para organizar a pratica criminosas. De acordo com Matos, existiam no estado, responsáveis pelo cadastro de faccionados, gerente encarregado da parte operacional do mercado de drogas, gerente de funções internar, responsável por coordenar as ações e comunicação dentro das unidades prisionais comandadas pela facção e geral, responsável pelo comando das ações criminosas como um todo bem como voz ativa e preponderante nos famosos tribunais do crime, responsáveis por executar desafetos, inimigos ou aqueles considerados traidores do grupo criminoso.
O delegado informou que foram identificados 142 faccionados diretos na investigação que gerou um relatório de mais de 2 mil páginas que identificam como se dava a atuação dos criminosos.
Os companheiros do Crime
O GAECO demonstrou preocupação com a atuação de indivíduos tidos pela facção como companheiros, que são aqueles envolvidos nos crimes, mas que ainda não estão filiados oficialmente a facção. Para os investigadores esses colaboradores são os que recebem ordens para a execução de crimes, que também são uma prova de lealdade, um batismo, para entrar na organização. Durante as diligencias foram encontrados vídeos de execuções de desafetos e informações sobre reuniões do Tribunal do Júri, que determina a morte de membros tidos como inconvenientes para o esquema criminoso.
Os trabalhos envolveram o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as forças de segurança estaduais. Foram cumpridos 142 mandados de prisão e 142 de busca e apreensão. Além de Santa Catarina, os agentes cumpriram mandados em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No interior de São Paulo, em Campinas, a polícia apreendeu dinheiro.
Codinome da malandragem
Ainda durante as investigações, foi apurado que o grupo adotava códigos para se referir aos Estados onde tem atuação, relacionando-os à marca de automóveis. O nome da operação se refere ao nome utilizado pela facção para se referir ao Estado de Santa Catarina, que é Maserati. Cerca de 400 policiais civis, militares e rodoviários federais, além de servidores do Instituto Geral de Perícias (IGP) e Agentes do Departamento de Administração Prisional (Deap) participaram da ação.
Informações Portal São Miguel
